domingo, 30 de janeiro de 2011

Rua do Sol,Centro-São Luís-Maranhão (Teatro Artur Azevedo)


 Rua do Sol, vista a partir da praça João Lisboa, foto editada por volta de 1905.Foi num dos prédios desta rua, de n° 567, que Aluísio Azevedo escreveu seu romance O Mulato,À direita,o prédio mais alo, situado na esquina com a Rua Goldofredo Viana, é o Teatro São Luíz, fundado em 1817 e a partir de 1922 conhecido com Teatro Artur Azevedo, em homenagem ao grande teatrólogo,irmão do escritor Aluísio Azevedo. O TAA que possui estilo Neoclássico teve sua funadção no início do século XIX, quando dois habitantes de São Luís resolveram construir um teatro. Portugueses, ricos e empreendedores, Eleutério Lopes da Silva Varela e Estêvão Gonçalves Braga escolheram o terreno e, em 1815, no Largo do Carmo, ao lado, as ruas do Sol e da Paz, e aos fundos, a Travessa dos Sineiros, a construção foi iniciada. Logo os dois comerciantes portugueses perceberam que, além de empreendedores, precisariam ser, sobretudo, corajosos. É que no Largo do Carmo predominava, imponente, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, e os padres carmelitas, seus proprietários, de forma alguma poderiam admitir a vizinhança de uma casa de espetáculos profanos. O obstáculo, crescente a cada dia, tornou-se intransponível, embargando a construção da obra tão ansiosamente esperada pelos maranhenses.Após inúmeros debates e conseqüentes demoras, a situação cada vez mais complicada, resolveu-se que ao juízo especial caberia a última palavra. A última palavra do Padre Antonio Ferreira Tezinho condenou a obra a não abrir as portas para o Largo do Carmo. Elas forma abertas, então, para a rua do Sol, estreita, pouco ventilada, e o prédio tornou-se acanhado, com acesso difícil e sem possibilidade de estacionamento próprio. Mesmo perdendo a batalha para a ordem do Carmo, os empreendedores e corajosos portugueses, não desistindo da guerra, comemoraram, no dia 1º de dezembro de 1816, a Restauração de Portugal, com um espetáculo gratuito para o povo que conheceu por dentro o Teatro ainda inacabado. Meses depois, no dia 1 de junho de 1817, foi oficialmente inaugurado com o nome de Teatro União - homenagem à elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarve - com um espetáculo com a Companhia Dramática de Lisboa encantava os maranhenses. Depois de inaugurado o Teatro União viveu um período próspero, conhecendo o apogeu com a seguida apresentação de companhias européias que saciavam o interesse quase nativo da população de São Luís pela cultura e pelas artes. Ao apogeu seguiu-se o declínio, conseqüência de má administração e de direção artística deficiente, e, de 1841 a 1845, ensaiando uma resistência, o Teatro União foi alugado à Sociedade Dramática Maranhense. Frustradas as tentativas de sobrevivência, e com um público cada vez mais escasso, a casa de espetáculos, fechada em 1848, foi reaberta quatro anos depois, com o nome de Teatro São Luís. E, na noite de 26 de abril de 1854, o primeiro Baile de Máscaras, por ser um acontecimento inédito, geraria intermináveis discussões e debates entre a população. Ainda naquele ano, outro fato, acontecido no camarim número um, passaria para a história de São Luís. Com a ampliação do palco, mesmo recuado de seu local de origem, o camarim ainda conserva sua placa de mármore.

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